Estes trinta anos não são exactamente trinta, como se calcula: se começarmos em 1960, é também, confessamos, por uma questão de comodidade. Claro que não é só isso. Se escrever uma história da moda, mesmo em linhas gerais, supõe para cada época o recurso a um fundo anterior, obrigatório, a solução mais óbvia será recuar a tempos irremediavelmente longínquos, cortar uma sucessão em fatias e trabalhar a partir daí-correndo o risco de nunca se abandonar o passado. Ou então assume-se uma relativa arbitrariedade na delimitação, é o caso deste livro.
Porquê 1960? porque foi nessa década que nas áreas mais diversas, incluindo a moda, as mudanças se tornaram mais sensíveis; a euforia do consumo, a implantação do pronto*a*vestir, a emancipação de "modas jovens" que se afirmam são dados suficientemente conhecidos para nos dispensarmos de os retomar.
Seleccionamos, ao longo destes trinta anos, os nomes que nos pareceram mais importantes.
Contaram-nos as suas histórias. se há omissões, são voluntárias, não vale a pena cedermos às tentações da precaução retórica. É a partir de todas estas histórias que pensamos ser possível traçar, ao longo de três décadas, a outra história na qual se incluem. Uma história da moda.
